segunda-feira, 3 de novembro de 2008

SER PROFESSOR: UM RELATO...



Eis que comemoramos o dia do professor, uma data especial, um momento de reflexão, um instante de paradas para algumas indagações: qual o significado da ação docente na sociedade contemporânea? Como produzir a alegria de aprender num cenário frágil, ambíguo e inconstante em que nos encontramos? Qual o sentido da escola entremeio aos variados artefatos educativos presentes na sociedade da tecnologia?
Na breve caminhada que venho realizando em Educação busco articular esses questionamentos com a prática diária do ensino. No entanto, o que é ensinar? O que representa o ato de ensino para a vida dos sujeitos a ele submetido? No momento de nosso nascimento somos inseridos num cenário de conhecimentos, informações, linguagens, sendo que passamos a ser constituídos por este ambiente. Os discursos que nos cercam produzem condições de interação, de disposição no espaço e de compreensão das relações sociais.
A escola entra nesse jogo como ferramenta central, é o ato da docência que institui nos sujeitos formas de pensar, de questionar e participar das mudanças e evoluções sociais. Somos constantemente submetidos a um arsenal de informações e acontecimentos que interferem diretamente em nossas atitudes e participações dentro do espaço cultural. Assim, somos constituídos, reconstituídos e constituímos aqueles aos quais falamos. O ato pedagógico é entendido por alguns como um dom, por outros, uma habilidade, ou então, a ação de arriscar-se dentre tantas outras possibilidades.
No transcorrer da comemoração desta data vale ressaltar que o espaço educacional vem solicitando novas estruturações, outras articulações, diferentes pontos de vista, um olhar atento, estar informado e conectado, vivenciar a informatização e a tecnologização dos sujeitos. Ser professor nas condições atuais, requer estar atento às produções disponibilizadas pela mídia, trazer diferentes artefatos para dentro do espaço de sala de aula, ou quem sabe, sair deste espaço fechado para adentrar num cenário de bits, chats, muds, comunidades virtuais, marcas, produtos, logotipos.
Eis assim, novos espaços, outras ferramentas, basta estar disposto a encarar vivencias atreladas ao cotidiano de nosso público, para que a escola seja um lugar de atravessamentos tecnológicos, informativos e de pesquisas. Ser professor é abrir-se ao desconhecido.

Graciele Marjana Kraemer
Educadora Especial

Um comentário:

memórias na educação de surdos disse...

Graciele, esta inauguração de escrituras é linda de ver. Parabéns, Larusa